I – Introdução
Neste trabalho, abordaremos os diversos tipos de atividades relacionadas entre 0 a 3 anos de idade. Relacionamos os seguintes tópicos:
1 - As Primeiras Experiências Psicoafetivas: A Criança na Descoberta de Outrem;
` 2 - A importância do Brinquedo no Desenvolvimento da Criança;
3 - A Criança na Descoberta do seu Próprio Eu;
4 - Indicações Educativas do Nascimento até 3 anos;
5 - Dicas de Brincadeiras para Recém-nascidos.
II – Desenvolvimento
2.1 - As Primeiras Experiências Psicoafetivas: A Criança na Descoberta de Outrem
As necessidades metabólicas do feto, durante a vida intra-uterina estão automaticamente satisfeitas. A atividade motora é precoce, só em torno do 4º mês os movimentos são mais abundantes e mais fortes.
No nascimento, o organismo é totalmente impotente a satisfazer suas necessidades vitais. Esta fase é denominada por Freud de estádio narcisista primário, onde a função metabólica e as primeiras exigências afetivas são prioridade para o recém-nascido.
A relação muscular-sensorial é limitada. Os estímulos ocasionados pela presença humana são um fator essencial de desenvolvimento, estimulando um contato ativo da criança de 2 meses com o ambiente.
Até os dois meses domina o processo de maturação. O desenvolvimento obedece dois fatores: a maturação e o exercício funcional. No estado fetal, o desenvolvimento não depende do ambiente, mas sim do determinismo genético. Já com o nascimento, o desenvolvimento é enriquecido pelos estímulos ambientais.
Durante a vida intra-uterina a maturação e o exercício estão relacionados: é através da maturação que as estruturas dos potenciais tornam-se funcionais, e o exercício que daí se origina provoca uma nova maturação.
O equilíbrio interno depende de intercâmbios com o organismo materno, as condições patológicas da mãe influem sobre o feto. Os estímulos sensoriais são de grande importância par acelerar a maturação e coordenar a ação de grupos musculares. Do 3º ao 6º mês no feto ocorre a passagem do período neuro-motor para o período sensório-motor. O desenvolvimento e aperfeiçoamento dos sentidos (sensibilidade cutânea, auditiva e visual) tornam o comportamento cada vez mais adaptado ao meio.
O nascimento causa a ruptura do equilíbrio interno, quando ocorre a passagem do meio líquido para o meio aéreo. Quando o parto é feito em más condições, pode resultar em transtornos irreversíveis. O parto em condições satisfatórias acelera o processo de maturação sensorial e do sistema nervoso central. O “trauma” do nascimento não influencia a maturação do sistema motor. De 0 a 2 meses, os gestos são difusos e desorganizados, acompanhados de gritos, que geralmente exprimem sensações de necessidades.
A motricidade do recém-nascido é um prolongamento da atividade fetal. O cerebelo e o hipotálamo intervém na modificação do tono. O recém-nascido apresenta comportamento espontâneo em relação à postura, à atividade de massa e à atividade segmentária. Essa mobilidade espontâneo cresce em função do estado de tensão do lactente, dos momentos de necessidade. Apresentam também reflexos arcaicos e automatismos vitais (automatismo respiratório e de sucção).
As experiências sensoriais depois do nascimento ajuda na organização do sistema nervoso sensorial, que vai influir sobre o sistema motor. São feitos diversos estudos sobre a função auditiva e principalmente sobre a evolução da função visual.
Os comportamentos fundamentais do recém nascido se referem à satisfação das necessidades alimentares e à necessidade de sono. O desenvolvimento da alimentação do recém nascido compreende o despertar comportamental que traduz uma elevação geral da atividade, a facilitação sensorial seletiva que privilegia os estímulos ambientais permitindo a satisfação da necessidade biológica. O sono do recém nascido está dominado por motivações instintivas, em particular a fome. Depois da mamada, a tensão dá lugar à satisfação. O sono é o resultado de uma experiência satisfatória.
O comportamento do recém nascido oscila entre um estado de insatisfação e um estado de tranqüilidade e essas oscilações do sono representam um meio de expressão que depende do ambiente humano e através delas o recém-nascido tem sua vivência afetiva.
A criança necessita do estímulo humano para se desenvolver e a relação estabelecida pela mãe e seu recém-nascido se compara a uma simbiose, que é manifestada na hora da mamada, do banho, da troca de fraldas. O contato corporal tem muita importância nessa relação, pois no intercâmbio cutâneo entre a mãe e a criança, o funcionamento desta pode ser influenciado pelo funcionamento psíquico da mãe e no momento em que a visão e a audição amadurecem, o recém-nascido busca comunicação pela vista e pelo ouvido. A criança através do olhar acompanha o que acontece em sua volta, e é estimulada pela presença de um adulto que entra em contato com ela.
O período que vai do 2º ao 7º mês é chamado de estádio do objeto precursor, que é uma transição entre o estádio narcisista e a constituição do objeto.
Neste período, a criança associará a satisfação de sua necessidade a uma causa exterior a ela e estabelecendo ligações entre seus desejos e as circunstâncias externas
Sua segurança é dada pela presença da mãe, proporcionando à criança estabilidade para enfrentar o meio desconhecido que começa a explorar.
O universo perceptivo da criança até o estádio objetal consiste na maturação cortical e no mundo fragmentado onde a criança vive.
No estádio narcisista, a satisfação das necessidades alimentares associadas a estímulos sensoriais e ambientais permite o desenvolvimento da criança que precisa de uma certa estabilidade como a presença da mãe. A relação que esta tem com o seu filho se faz a partir de uma série de organizadores como o olhar, a mímica e a mais importante, o sorriso e a linguagem. A aparição do sorriso é a primeira reação de mímica e o primeiro sorriso é dirigido à mãe e depois se generaliza a qualquer rosto humano. A partir do 6º mês este sorriso automático desaparece e começa a diferenciar os familiares dos estranhos. Somente aos 7 ou 8 meses a imagem da mãe é identificada. Este reconhecimento da mãe vai consolidar os laços afetivos entre o filho e a mãe e sua presença deixa de ser uma necessidade para se tornar um desejo de apropriação. Este período é denominado de estádio objetal, onde a mãe que é o objeto libidinal torna-se insubstituível.
2.2 - A Importância do Brinquedo no Desenvolvimento da Criança
O brinquedo é oportunidade de desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e atenção.
Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. Irá contribuir, no futuro, para a eficiência e o equilíbrio do adulto.
Brincar é um momento de auto - expressão e auto - realização. As atividades livres com blocos e peças de encaixe, as dramatizações, a música e as construções desenvolvem a criatividade, pois exige que a fantasia entra em jogo. Já o brinquedo organizado, que tem uma proposta e requer desempenho, como os jogos (quebra-cabeça, dominó e outros) constitui um desafio que promove a motivação e facilita escolhas e decisões à criança.
O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Brincando, sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de oportunidades que estão sendo oferecidas à criança através de brincadeiras e brinquedos garante que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem. A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.
Um bichinho de pelúcia pode ser um bom companheiro. Uma bola é um convite ao exercício motor, um quebra - cabeças desafia a inteligência e um colar faz a menina sentir-se bonita e importante como a mamãe. Enfim, todos são como amigos, servindo de intermediários para que a criança consiga integrar-se melhor.
As situações problemas contidas na manipulação dos jogos e brincadeiras fazem a criança crescer através da procura de soluções e de alternativas. O desempenho psicomotor da criança enquanto brinca alcança níveis que só mesmo a motivação intrínseca consegue. Ao mesmo tempo favorece a concentração, a atenção, o engajamento e a imaginação. Como conseqüência a criança fica mais calma, relaxada e aprende a pensar, estimulando sua inteligência.
Para que o brinquedo seja significativo para a criança é preciso que tenha pontos de contato com a sua realidade. Através da observação do desempenho das crianças com seus brinquedos podemos avaliar o nível de seu desenvolvimento motor e cognitivo. No lúdico, manifestam-se suas potencialidades e ao observá-las poderemos enriquecer sua aprendizagem, fornecendo através dos brinquedos os nutrientes ao seu desenvolvimento.
2.3 - A Criança na Descoberta do seu Próprio Eu
A criança só passa à conhecer o seu corpo como objeto em torno dos 3 anos de idade.
- Da Unidade Orgânica ao Reconhecimento de sua Personalidade
A unidade da criança é, em primeiro termo, uma unidade biológica; traduz-se na maturação funcional do indivíduo. Depois do nascimento, o universo receptivo mostra-se parcelado, a unidade do ser traduz-se por reações tônico-posturais e motrizes globais, até coordenadas. No entanto, neste estágio a criança sente seu corpo como uma unidade ativa, cuja consciência difusa está ligada a vagas sensações tônico-viscerais e cinestésicas, proporcionando uma retumbância afetiva e emocional profunda.
Além do mais, o comportamento origina-se sob a influência de estímulos externos na relação com a mãe. Tais intercâmbios de natureza essencialmente corporais, traduzem-se através do diálogo tônico, que permite à criança sentir no seu corpo as atitudes maternas; tendo assim, no seu corpo uma unidade de relação simbiótica que o une a sua mãe.
Junto ao reconhecimento da “imagem materna”, a criança descobre a necessidades de ter um objeto exterior a ele, identificando com a figura materna. Progressivamente, a criança através de suas experiências relacionais, faz a descoberta da diversidade das pessoas de seu meio. Logo, o processo de identificação permite-lhe sentir no seu corpo as atitudes de outra pessoa e viver, assim, corporalmente os sentimentos do seu meio, seja agressivo ou afetivo.
Então, a identificação permite a criança uma certa unificação do ser e desencadeia na aquisição de um certo número de atitudes afetivas que podem modelar o comportamento da criança, pois é através da atividade prática que a criança começa a descobrir sua existência.
Contrário a Lacan, a consciência difusa do corpo experimentada na ação é muito mais primitiva que a imagem visual do corpo. No entanto, a criança ao se observar por um espelho, começa a se conhecer topograficamente; fazendo assim, uma análise do seu corpo cinestesicamente com as reações posturais e gestuais que ele vê no espelho e que ainda lhe são estranhas.
Contudo, pouco a pouco, a criança chegará a convicção de que o corpo que ela sente é o mesmo daquele que ela observa no espelho.
Observe abaixo, o se conhecer da criança por Zazzo:
1. Aos 12 meses, a criança olha suas mãos, partes visíveis de seu corpo fazendo comparações com a sua imagem especular, ela brinca e faz experimentos de fatos observados;Aos 16 meses, o jogo das mãos desaparece e passa a aprimorar sua visão em relação à sua imagem.
2. Segundo Zazzo, a criança não consegue distinguir, antes dos 20 meses a sua imagem real da sua imagem no espelho.
2.4 - Indicações Educativas do Nascimento até 3 anos
Para que a criança desenvolva suas capacidades inatas é preciso que o ambiente a estimule, tendo o controle balanceado tanto dos estímulos de natureza física quanto das condições psicoafetivas estabelecidas pela presença humana dedicada.
Segundo dados, na família tradicional, a mãe assumia a função de alimentar a criança – aleitamento materno- além de um comportamento estável , uma vez que se dedicava exclusivamente à educação dos seus filhos . Atualmente esta relação está bastante conturbada, uma vez que a conquista expansiva de seu campo de trabalho , caracterizou a mulher como um elemento instável que tenta conciliar suas atividades profissionais com seus deveres maternais , tendo como conseqüências , a substituição ( a partir dos 2 meses ) do seu papel por creches ou babás , ou ainda o auxilio de seus esposos na execução dos cuidados com a criança .
Os pais possuem função essencial no desenvolvimento da criança. Essas funções são baseadas nas condições socioculturais nas quais elas se inserem e que dependem do tipo de organização familiar.
O meio social deve satisfazer:
· As necessidades fisiológicas da criança: sono, alimentação, exercício das funções sensoriais e motoras;
· As necessidades afetivas ou de comunicação;
· As necessidades de segurança e estabilidade: ambiente com referencias estáveis para a vida material ou como modelos de identificação;
· As necessidades cognitivas: para a descoberta do meio . A atitude permissiva, por parte dos pais, para evitar os fracasso ( que provocam inibição , medo ). Autoritarismo favorecendo a passividade e a dependência. O ideal é o equilíbrio entre os dois;
· As necessidades lingüisticas: depende da evolução simbólica. Formação do vocabulário e da sintaxe para estar preparada para o período de escolarização.
O ritmo das mamadas deve ser estabelecido de acordo com as necessidades do bebê. É necessário descobrir os ritmos próprios da criança, a fim de possibilitar uma creta periodicidade .
A relação mãe - filho passa, em certos momentos, por uma série de dificuldades principalmente a proporcionada pelo amor, primeiramente, inconsciente a um ser imaturo, sem cobranças sem a espera de um retorno. No entanto, num segundo momento esta relação começa a ficar conturbada devido à impaciência, e ansiedade da mãe e pela impassividade da criança ao ambiente aonde vive.
O equilíbrio da mãe condiciona o equilíbrio da criança. Este equilíbrio não depende só de reações conscientes da mãe, mas sim de sua vida inconsciente, que faz com q eu ela esteja distendida ou nervosa. Essa relação mãe – filho depende de suas relações com sua própria mãe durante o conflito epidídico, além do seu estado afetivo. A mãe, portanto, é a principal responsável pelo bom desenvolvimento da criança.
Com a passagem das mamadas à alimentação com colher e seu conseqüente desenvolvimento da motricidade, surgem as primeiras frustrações, no entanto , o desejo de fazer a mãe feliz permite à criança suportara esta frustração .
A partir do desenvolvimento da motricidade, é que a criança passa a controlar intencionalmente os esfíncteres. Aos 2 anos, durante o dia e, aos 3 anos durante a noite.
É necessário que a criança tenha liberdade na condução de seus movimentos, possibilitando o contato com diversos objetos e a exploração de seu ambiente. A mãe desempenha um papel estimulador dando relevância aos pequenos êxitos da criança dando apoio e incentivo às frustrações estabelecendo limite, impondo a sua autoridade, dando liberdade que cause a sensação de certa independência, tudo isso em prol de um melhor desenvolvimento psicoafetivo social da criança.
2.5 - Dicas de Brincadeiras para Recém-nascidos
1. Imaginação elétrica
Veja as luzes piscando. Ouça esta canção. Sinta a bola. Os bebês aprendem explorando o mundo com todos os sentidos. Ao apresentar imagens, sons e texturas para o bebê, você o ajuda a estimular os sentidos e a preparar uma memória de experiências que alimentam o pensamento imaginativo.
- A brincadeira precoce é observar, ouvir e experimentar
Mesmo que haja pouco tempo entre dormir, comer e chorar, seu bebê está pronto para brincar. Atividades que estimulam os sentidos podem tomar um pouco de atenção do bebê. Observe a reação do bebê ao ver uma caixa de música com luzes piscando. Observe como ele segue com os olhos o brinquedo colorido que você está movendo ou como se move em direção ao chocalho. A concentração do bebê pode ser curta, mas, nesses poucos minutos, o estímulo sensorial ativa áreas no cérebro dele.
- Desperte o tato do bebê para preparar a imaginação
Conforme os bebês absorvem novas experiências sensoriais, eles aprendem a ligar a aparência do objeto com a sensação que eles causam. Mais tarde usam essa experiência para imaginar como são os objetos – suaves ou ásperos, frios ou quentes – simplesmente olhando para eles. Você pode contribuir para o “banco” de imaginação do bebê antes mesmo de suas mãozinhas buscarem o mundo. Dê brinquedos de diversas texturas, de morder, seguros, com superfícies interessantes para a boca explorar o primeiro tipo de contato do bebê. Mesmo o banho pode fornecer ricas experiências sensoriais. Ativando várias sensações táteis, você estará ativando as partes da mente do bebê onde a imaginação se desenvolve.
- Variedade visual é o tempero da vida.
A criança está faminta por estímulos visuais: primeiro, dentro de um raio focal de cerca de 20 a 25 cm, que aumenta cada vez mais. Logo o bebê relaciona o fato de vê-la andando no quarto com ouvir passos, e começa a imaginar você chegando quando ouve os passos. Para despertar a imaginação do bebê com novas imagens, mostre diversos padrões de claridade e sombra. Gire ou balance brinquedos. Use espelhos para aumentar o que o bebê está vendo – ele mesmo, você e o ambiente ao redor. Em caminhadas, mostre padrões de movimento: uma fonte jorrando, árvores e bandeiras balançando. Novidades visuais criam as conexões que alimentam a imaginação.
Exemplos de Brinquedos que Despertam a Imaginação
- móbiles de berço;
- caixa de música para berço com luzes que se movem;
- brinquedos que fazem barulho;
- brinquedos com desenhos geométricos contrastantes;
- brinquedos com muitas cores vibrantes e luzes;
- espelhos seguros;
- mantas para brincadeiras;
- bonecos com rostos amigáveis;
- livros de capa dura e de pano para pegar, apontar e falar;
- músicas gravadas;
- animais ou bolas macios de diversas texturas;
- brinquedos de morder.
Estimulando a Imaginação
(1-2 anos/ 2-3 anos)
O bebê de um ano poderá mexer com uma colher num recipiente vazio, imitando você, ou dizer “brum, brum” ao empurrar um carrinho de brinquedo. Mais tarde, com maior entendimento, a criança fingirá lamber a colher ou dirá “tchau” quando um ônibus passar. Começou a transição para a imaginação. Veja como você poderá estimular os tipos de brincadeira que ativam a imaginação.
- Forneça diversas experiências reais
Como grandes observadores que absorvem mais do que entendem, a princípio as crianças usam a imitação para ter noção do mundo, encenando e repensando o que viram e ouviram. Com o tempo, são capazes de mudar a experiência e imaginar o que poderia ser. Dê à criança a “matéria-prima” da imaginação, fornecendo diversas experiências e informações da vida real. Conte o que está acontecendo nas atividades do dia-a-dia, desde cozinhar até ir ao mercado. Forneça brinquedos e coisas para brincar que a ajudarão a imitar o que viu. Você irá estimular a imitação e, mais tarde, uma imaginação ativa.
- Os jogos ajudam a criança a recriar a vida diária
Brincar com bonecas, carrinhos e outros brinquedos pode inspirar a criança a tentar imitar o que ela vê. Ao mover os bonecos e os veículos, a criança revive atividades familiares, como ir para cama ou comer. À medida que as habilidades lingüísticas aumentam, ela adiciona conversas à ação. Perguntas do tipo “lembra quando...” podem ajudar a relembrar experiências para imitar. Perguntas abertas, como: “para onde o carro está indo depois de abastecer?”, também estimulam a imaginação de uma criança que já está criando histórias reais. Estimular a brincadeira de imitação ajuda a preparar o cérebro da criança para o pensamento criativo. Entre os dois e três anos, você irá notar que a criança desenvolve habilidades que mudam da imitação para a imaginação. Abaixo damos alguns exemplos de como estimular esta mudança e os importantes benefícios que ela traz para a habilidade da criança de pensar criativamente no futuro.
· Aprendizado prático leva à criatividade
Conversar com a criança de dois anos durante as brincadeiras de faz de conta dá a chance de construir as habilidades lingüísticas e conceituais que ela precisará para ir da imitação à imaginação. Você pode demonstrar conceitos como “dentro e fora”, “em cima ou embaixo”, “aberto e fechado”, “sobre e através”. Vá contando o que você está fazendo. Forneça as palavras: “O carro está descendo a rampa”. Ver, ouvir e colocar palavras na ação aumenta o entendimento da criança e fornece experiências que ela pode aproveitar. Gradualmente, a criança mudará, deixando de imitar o que foi visto e criando histórias alternativas sobre “o que poderia ser”.
- Histórias inspiram a imaginação
Leia sempre para as crianças. Os livros dão a elas uma boa prática para imaginar a ação. Mostre um vídeo. Narre o que você e a criança estão vendo nos passeios diários juntos. Em casa, lembre-a das atividades que vocês fizeram: colocaram uma carta no correio, fizeram compras no mercado, pegaram o cachorro no veterinário, viram uma borboleta. Ouvir histórias familiares e imaginativas ajuda as crianças a criar suas próprias histórias.
Brincadeiras Propostas
· Tomar Banho
De uma forma lúdica, o professor estende os braços e movimenta os dedos simbolizando um chuveiro. Logo após incentivar as crianças a tomarem banho. O orientador, com entusiasmo, irá indicando as partes que devem ser lavadas.
Objetivo: Reconhecimento do Corpo e Hábitos de Higiene
· Atravessar a Ponte
Estende-se uma corda no chão (ponte). As crianças serão incentivadas a percorrer o trajeto pisando única e exclusivamente na corda, o professor criará histórias, tais como: dizer que estamos atravessando um rio que não podemos cair da ponte, ou que na água encontra-se vários jacarés. Isso da uma certa emoção a atividade.
Objetivos: Equilíbrio, Ludicidade
· Motorista
Cada aluno ficará com um bambolê. Os bambolês serão colocados no chão e a partir daí, o professor, dirá para eles ficarem dirigindo o carro (bambolê). Depois pede-se que se desloquem (dirijam) com um pé dentro e outro fora do bambolê.
Objetivos: Equilíbrio, noção espaço-temporal
Objetivos: Afetividade e força nos membros superiores.
O professor pede para que a criança lhe dê um abraço na altura do pescoço. O aluno tentará se sustentar e o orientador contará até três (se possível junto com a turma). Tempo esse suficiente para colocar o aluno no chão e realizar a brincadeira com outro.
Conclusão
Tendo em vista o citado no trabalho, é possível observar que durante a fase dos 0 aos 3 anos de idade, a criança possui carências na execução de várias atividades, sejam ela motoras ou afetivas. No entanto, com a maturação, essas atividades não necessitarão de um auxílio no futuro. Por isso a importância de um externo cuidado das pessoas que rodeiam essa criança nesse período.
Referências Bibliográficas
LE BOUCH, J. G. Desenvolvimento Psicomotor do Nascimento até 6 anos. A Psicocinética na Idade Pré-escolar: Artes Médicas, Porto Alegre, 1992.
VIGOTSKY, Lev Semenovich. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: A formação social da mente. Trad. José Cipolla Neto, Luis Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.