Jogos pré-desportivos de futsal

Durante o mês de fevereiro trabalhamos com o conteúdo de futsal, conhecermos suas principais regras, identificarmos o referido esporte dentro de seu espaço histórico e conhecermos as diferenças existentes entre o futsal e o futebol de salão, chega a hora de reconstruir o que foi aprendido. Assim, foi pedido a eles que recriassem jogos que já conhecessem ou que construíssem um novo jogo.

Para tanto, foi cedido a eles materiais para que pudessem ter idéias e ajudá-los nessa construção. O resultado de um modo geral foi positivo, surgiram jogos bastante interessantes, no entanto, podemos identificar alunos que se viram presos ao que estava nos livros sem conseguir identificar a diferença entre jogo e exercícios estáticos (os educativos).
Abaixo segue os jogos produzidos por eles, para que sirvam de fonte para outros colegas e para que os próprios alunos possam identificar a valorização do próprio trabalho, uma vez que, como expliquei em um post anterior, a Educação Física não é tratada como um componente curricular.

Grupo: Fernanda Lucena, Ane Louise, Camila Feitosa, Raphaela Maza, Paloma Passos, Múcio Garção. 8º/9º Anos. Seg/Qua.

Dividir os alunos em 2 grupos iguais, depois dar números para cada um deles. Então a professora chama dois números (ex: 2 e 8 ) e eles vão para o meio da quadra para disputar a bola para tentar fazer o gol dentro do bambolê amarrado na trave com um goleiro em cada gol.

Grupo: Hélder, Luana, Letícia Gomes, Vitória, Hellen, Rhayanne. 8º/9º Anos. Seg/Qua.

LOLIBALL

Regra 1: O jogador tem que levar a bola até o gol do outro campo, e um dos jogadores da outra equipe tem que atrapalhar, tentar conduzir a bola até o lado oposto ao seu.

Regra 2: O jogador que chutar, conduzir a bola para fora do campo, ou não acertar o gol, vai ter como adversário toda a outra equipe, até que um deles faça um gol.

Regra 3: O jogo vai ser revezado de um por um, por equipe, até que todos os jogadores já tenham isso

Regra 4: O jogador tendo somente um jogador da outra equipe como adversário, e marcar um gol, ganha 3 pontos.

Regra 5: Se o jogador tiver como adversário a equipe toda e fizer gol, ganha 2 pontos.

Regra 6: Se o jogador tiver a ajuda da sua equipe toda e fizer gol, ganha 1 ponto.

Regra 7: Ganha quem fizer mais pontos.

Grupo: Anne Caroline, Mariana, Isadora Cardoso, Murilo, Annye Beatriz, Bárbara Nole. 8º/9º Anos. Seg/Qua.

Bambolê Vendado.

1- O grupo estará em círculo e vai ter que fazer 20 passes, no contro do círculoterá uma pessoa da equipe adversária para poder atrapalhar os passes.

2- O grupo que fizer primeiro os 20 passes manda um participante que foi escolhido no início do jogo chutar a bola dentro do bambolê que vai estar amarrado no pé da trave. E este participante estará vendado.

Grupo: Carlos Henrique, Luan, Paulo, Mário, Lucas Melo. 8º/9º Anos. Ter/Qui.

Um sai conduzindo a bola para outro colega formando um zigue-zague ao redor da quadra e no final da quadra o último jogador a receber a bola chuta em gol.

Grupo: Thaís, Mariana. 8º/9º Anos. Ter/Qui.

Um jogador vai driblando a bola correndo entre os cones e quando chega na marca do pênalti chuta no gol.

Grupo: Nathália, Fernanda, Anna Lilian. 8º/9º Anos. Ter/Qui.

Forma-se um quadrado com quatro cones e ao lado de cada cone um aluno (com um cone no centro). Eles deverão trocar passes e antes de cada passe deverão dar um giro completo com a bola em volta do seu cone. Depois de fazer o passe, o aluno deverá correr até o cone do centro e topar nele, em segida voltar de costas para o seu para receber um novo passe.

Grupo: Beatriz B., Ítala Cruz. 6º/7º Anos. Ter/Qui.

Caça ao Tesouro

Formação: livre

Organização: Primeiro é realizado um pequeno jogo de futsal, o time que vencer recebe uma pista. Seguindo as instruções, o grupo terá que achar o tesouro, seguir até o centro da quadra,sem perder a bola, três pessoas da equipe adversária tentarão impedir a chegada da bola na quadra. Quando o grupo conseguir levar a bola até o centro da quadra começará um jogo contra os piratas, quem fizer 2 gols primeiro ganha

Obs: o grupo que fizer isso em menos tempo ganha a brincadeira.

Grupo: Felipe Bomfim, Lucca, Gabriel e João. 6º/7º Anos. Ter/Qui.

Existem dois grupos (defesa e ataque). O objetivo é o grupo atacante chutar a bola para qualquer lugar da quadra e derrubar as garrafas com as mãos. A equipe defensora terá que pegar a bola atacante chutou e tentar queimá-los antes que eles derrubem todas as garrafas.

Obs: O time atacante não poderá tocar nas cordas e linhas da quadra e se os defensores derrubarem algumas garrafas, as garrafas derrubadas ficam como ponto do time atacante.

Grupo: Maria Mariana, Sophia V., Letícia. 6º/7º Anos. Seg/Qua.

Futmeba

Instruções: Divide-se dois grupos, cada um deles escolhe um goleiro e uma bomba

Objetivo: só a bomba poderá fazer o gol. O objetivo é fazer a maior quantidade de gols, se qualquer pessoa, sem ser a bomba fizer um gol o ponto vai para outra equipe. A bomba além de fazer gols tem que defender seu próprio gol. Em cada grupo deverá haver 10 pessoas.

Grupo: Águida, Vitória. 6º/7º Anos. Seg/Qua.

A equipe ”B”, que está nas laterais, deverá passar a bola entre as duas áreas conduzindo e driblando a bola na área destinada a Equipe “A”. Se alguém da equipe “A” pegar a bola e chutar para fora do campo fará ponto, porém, se a equipe “B” conseguir passar a bola para outro lado eles farão ponto. As equipes irão inverter as posições.

Grupo: Vítor, Berila, Lara R., Sabrina, Melissa, Rafaela, Sophia M.

Divide a turma em dias equipes que deverá percorrer o seguinte percurso: pegar a bola, fazer embaixadinha para dentro do pneu, depois pula a corda e faz zig zag por entre os cones.

CADA QUAL, COM SEU QUAL!

A grande beleza e ao mesmo tempo o grande desafio da Educação Física é a diversidade de conteúdos, a identificação do professor com os conteúdos, as necessidades dos alunos, aquilo que achamos ser importante ou não para eles e a possibilidade que temos de adequar as nossas aulas de acordo com a realidade em que cada professor vive.

Por vezes vejo a realidade de alguns professores e vejo como a minha realidade é privilegiada, no entanto, vejo outras realidades e penso: ”puts, assim bem que ficaria mais fácil de trabalhar”.

Na verdade cada um sabe onde que aperta o seu calo, o que não pode acontecer de forma alguma é a acomodação.

Há três anos tive que me adequar à seguinte estrutura da Educação Física
na escola: as aulas acontecem no contra turno das demais aulas, os alunos podem escolher entre Educação Física e os esportes (vôlei,futsal, natação e GR), as turmas são agrupadas (6º/ 7º e 8º/9º anos), e para ajudar mais ainda não vale nota.

Quando me deparei nessa situação a cabeça logo começou a fervilhar. Como trabalhar os conteúdos? Como conseguir cobrar deles o que passado em aula? Como conseguir fazê-los entender que Educação Física não é apenas correr ou jogar bola? Quais conteúdos trabalhar? Como não ser uma professora “rola bola”?

Como responder a essas questões? Sinceramente ainda não sei. Nos últimos 2 anos tenho distribuído os conteúdos da seguinte forma: para os 6º e 7º - jogos pré desportivos (futsal, handebol, vôlei e basquete) destacando a história desses esportes e num processo de construção e reconstrução de jogos; as capacidades físicas e motoras, sempre destacando seus conceitos, exercícios em que eles estão presentes e onde se apresentem em nosso cotidiano. Para os 8ºe 9º - treinamento desportivo (fundamentos e regras dos esportes), as doenças crônicas (obesidade- IMC, RCQ- hipertensão, diabetes, colesterol, osteoporose), e as capacidades físicas.

Outros conteúdos como as danças, lutas, ginásticas ficam à margem de processo por vários motivos: a pouca afinidade que tenho com eles, a resistência dos alunos e as condições objetivas para que outros trabalhos sejam realizados.

Alguns podem até criticar essa forma de trabalho, mas cada qual com suas habilidades, seus conhecimentos e sua vontade de melhorar a cada aula. Faço a minha parte, dentro das minhas limitações, para que a aula de amanhã seja melhor que a de ontem, como nos sugere o Professor João Freire. E já consigo perceber alguns raros resultados na forma de entendimento da Educação Física e no comportamento motor dos alunos.

E as inquietações me perseguem nos meus dias e noites também, pois, há muitas em que não durmo por conta delas. Talvez essa seja um caminho para tentar algo novo.