quarta-feira, 16 de março de 2011

CADA QUAL, COM SEU QUAL!


A grande beleza e ao mesmo tempo o grande desafio da Educação Física é a diversidade de conteúdos, a identificação do professor com os conteúdos, as necessidades dos alunos, aquilo que achamos ser importante ou não para eles e a possibilidade que temos de adequar as nossas aulas de acordo com a realidade em que cada professor vive.

Por vezes vejo a realidade de alguns professores e vejo como a minha realidade é privilegiada, no entanto, vejo outras realidades e penso: ”puts, assim bem que ficaria mais fácil de trabalhar”.

Na verdade cada um sabe onde que aperta o seu calo, o que não pode acontecer de forma alguma é a acomodação.

Há três anos tive que me adequar à seguinte estrutura da Educação Física
na escola: as aulas acontecem no contra turno das demais aulas, os alunos podem escolher entre Educação Física e os esportes (vôlei,futsal, natação
e GR), as turmas são agrupadas (6º/ 7º e 8º/9º anos), e para ajudar mais ainda não vale nota.

Quando me deparei nessa situação a cabeça logo começou a fervilhar. Como trabalhar os conteúdos? Como conseguir cobrar deles o que passado em aula? Como conseguir fazê-los entender que Educação Física não é apenas correr ou jogar bola? Quais conteúdos trabalhar? Como não ser uma professora “rola bola”?

Como responder a essas questões? Sinceramente ainda não sei. Nos últimos 2 anos tenho distribuído os conteúdos da seguinte forma: para os 6º e 7º - jogos pré desportivos (futsal, handebol, vôlei e basquete) destacando a história desses esportes e num processo de construção e reconstrução de jogos; as capacidades físicas e motoras, sempre destacando seus conceitos, exercícios em que eles estão presentes e onde se apresentem em nosso cotidiano. Para os 8ºe 9º - treinamento desportivo (fundamentos e regras dos esportes), as doenças crônicas (obesidade- IMC, RCQ- hipertensão, diabetes, colesterol, osteoporose), e as capacidades físicas.

Outros conteúdos como as danças, lutas, ginásticas ficam à margem de processo por vários motivos: a pouca afinidade que tenho com eles, a resistência dos alunos e as condições objetivas para que outros trabalhos sejam realizados.

Alguns podem até criticar essa forma de trabalho, mas cada qual com suas habilidades, seus conhecimentos e sua vontade de melhorar a cada aula. Faço a minha parte, dentro das minhas limitações, para que a aula de amanhã seja melhor que a de ontem, como nos sugere o Professor João Freire. E já consigo perceber alguns raros resultados na forma de entendimento da Educação Física e no comportamento motor dos alunos.

E as inquietações me perseguem nos meus dias e noites também, pois, há muitas em que não durmo por conta delas. Talvez essa seja um caminho para tentar algo novo.

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